quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sonhos perdidos em meio a comida.Almoço,janta,café da manhã parecem-me um ritual complicado algumas vezes.Não tenho aquela velha concentração límpida e ríspida de devorar um prato em minutos.Tenho muito mais para carregar e digerir.Pensamentos complicados,dúvidas,besteiras...Qualquer coisa é mais interessante ao meu estômago.Minha azia queima como o fogo das profundezas.Indigestão é comum,mesmo após comer apenas uma simples azeitona.Quero viver de ar,fumaça,cheiros,de você.Quero que essa certeza que vive em mim agora,seja eterna.Quero tua pele branca,lisa,macia;teus olhos profundos e redondos;tua boca carnuda com sabor de prazer,e pecado;teu corpo curvo e perigoso,cheio de atalhos só para eu me perder.
A fome mata.A saudade mata.E se não mata,morre...Uma morte pela boca,que nem os mais dignos glutões teriam,muito menos os mais famintos lobos.A morte por dentro,aos poucos,do que costumava-se chamar alma.
E não só quero matar a quem me mata,quero destroir a quem te destroi.Deve ser por isso que corro contra o limite espaço-temporal existente entre nós,fingindo que esses tais tempo e espaço não existem.Provavelmente esta fome me faz ser assim,dominador,conversador,curioso,chato...Peço desculpas.Muitas vezes vai sem querer,e quando vejo te dominei.Nem sempre gostas.
Preciso de alguma forma saciar-me e só você pode me dar um aperitivo enquanto o prato principal não vem.