sábado, 22 de setembro de 2007

A arte de conversar liberta

Tirando as horas em que você se encontra em locais propensos a reflexões(como banheiro,ônibus,etc)o normal é não querer estar sozinho.
Embora eu tenha preferido até meus 12 anos conversar com as pedras do que com gente,penso que a socialização do índivíduo é algo importante,principalmente pra sanidade mental do tal indivíduo.Pode reparar nos filmes,ou dependendo do caso,nos vizinhos,família...as pessoas mais solitárias são de certa forma malucas.Seja por carência (que considero o estágio inicial)por rabugência(estágio médio)ou por loucura total(tudo acaba aqui).Há também casos passageiros proporcionados por alguma leitura filosófica,que o faz ver a humanidade com olhos cheios de sangue e ódio,e os gênios indomáveis,esses que escreveram os livros,mas esses não tem culpa alguma,são apenas incompreendidos e isolados pela ignorância da maioria,e acabam por odiar a todos,como algo inevitável.
A carência pode ser fruto de algum amor perdido ou jogado fora nos cantos da rua,o que após certo tempo pode realmente incomodar e te tornar uma pessoa ranzinza expulsando-o da humanosfera.
É sempre bom manter algum contato,nem que seja virtual,com alguma criatura humana.O contato liberta,as pessoas que você mais toca,conversa são aquelas com quem você procura contar segredos,mostrar seu verdadeiro eu,e tenho dito!pode reparar.É uma necessidade que todos temos.LIBERTE-SE!!!
Mas também não saia por aí contando sua vida a qualquer um.

sábado, 15 de setembro de 2007

Dona Ada


Gostaria de começar por aqui de forma simples e cativante.Espero que você,leitor,aprecie e saia da monotonia.


Bem,Dona Ada foi uma figura um tanto intrigante que conheci.Uma senhora de uns 70 anos,solitária e simpática,com um certo mistério e difícil de se encontrar uma segunda vez.
Foi num sábado que a conheci.Sedento por alguma distração resolvi ir ao teatro Dulcina,já que estava em Brasília resolvi conhecer algo mais da cidade.Uma peça sensacional de uma companhia baiana,com ótima atriz e um cenário que parecia um lixão,onde as personagens viajavam pelo tempo mostrando a vida e a importância da mulher na história do Brasil.
Quando cheguei ao teatro, lá estava ela. Dona Ada sentada numa mesa de entrada cochilando, de vez em quandoe acordava rindo,penso que para disfarçar o sono.Após a peça ela,solitária,veio me pedir uma carona e eu com o intuito de praticar a boa ação do dia disse que sim.Ela morava em um hotel do qual sequer lembrava como chegar.Contou-me toda sua rotina:as terças via a orquestra sinfônica do teatro nacional,sextas e sábados ia a algum teatro próximo e aos domingos ia a missa da igreja Dom Bosco.Enquanto ela me contava sobre tudo e todos ficava imaginando se ela realmente tinha um lugar pra dormir,se não tinha apenas ido com a minha cara e decidido abusar de minha bondade,ou se ela era uma senhora do mal afim de aplicar-me um golpe,ficava pensando que a maior idade pode ser muito triste e que muitas vezes dá medo envelhecer e ficar sozinho.