quinta-feira, 15 de abril de 2010

O desencontro, o choro, a pelada.

Uma noite para lembrete
estouravam em minha cabeça
uns milhões de foguetes
cada um me dizia
qual era sua filosofia

Não queria entender, nem pensar
jamais foi tão sem besteiras
sem cobranças, nem pressão
os dois cabiam nas próprias mãos

Num encontro não combinado
se desencontraram...roubo, furto, ladro!
naquela cabeça cheia de caraminholas
quem seria o mais caraminholado?
...
Em toda sua estupidez e ignorância, jamais tinha deixado passar em sua frente aquela situação.Como pôde não se mover?Em toda sua intactez e imobilidade, uma amiga precisava da verdade, compaixão e sinceridade.Estava ocupado demais se achando melhor, por já ter passado por tudo aquilo, do que ela sofria e chorava.Um choro tímido e contido.Engolido em meio à vodka e limão, sem que houvesse nem ao menos um irmão de bebidas.Uns meses atrás ainda chorava e sentia aquela mesma dor.Via fantasmas e assombrações.De um dia pro outro teve um plano que lhe salvou.Não o plano em si, mas a ideia nele imbutida.Imperceptível aos olhos do idealizador.Foi um se apegar, não se apegando; um não-tentar, tentando; um criar, mesmo que do nada, recriando toda a coragem que lhe havia sido roubada.Haviam, antes, sentimentos de fato.E oprimidos e destruídos por aquela mesma dor que sua amiga, ali, sentia e fingia tentar não sentir.Ele tinha passado por um caminho, um atalho, mas como passá-lo para os outros?Era uma das coisas que não tinha jeito.Você precisa cometer seu próprio erro, para que chegasse ao acerto.E no fundo, talvez, não fosse a hora de ajudá-la.Era como quando não se levanta a criança birrenta, para que aprenda a não chorar ao cair.
...
Mais um dia e veria sua grande esperança.Gostava como seu cabelo fazia uma curva abaixo da orelha, e como quanto era grande os olhares se cruzando, e de sua pele que ainda não havia aprendido como tocar.Existia essa preocupação, que era desimportante.Ia e vinha, não voltava mais.Como, quando, tem que ter um porquê?Aí passava e era maravilhoso esse esquecer.Deixava-o nesse estado natural.Seu jeito de ser posto à prova.Às vezes, sentia-se mais idiota que os outros, ao fazer suas gracinhas para ela.Mas não ligava, passava.E um sorriso doce era o que recebia por ter sido tão idiota.Talvez assim a deixasse mais confortável.Não queria que ela fosse embora...Tomara que demore bastante.Mas também nunca iria lhe roubar para o seu bel prazer.Gostava daquela liberdade e amizade.Da simplicidade com que as coisas iam.Do caminho para algo bem melhor, sem nome, que existia ali.

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