quinta-feira, 29 de abril de 2010

De outras dimensões veio.Não sei se ao meu encontro, provavelmente não.Vi num canto reluzir teu doce sorriso, talvez nunca tivesse reparado antes.Lembraria-se de mim?De alguma vida passada, ou quem sabe de algum lugar em comum.Não saberia dizer quantos pensamentos entraram no vagão do trem de minha cabeça.Uns 200, superlotado.Suas conversas atrasadas seriam agora?Talvez as pessoas estivessem destinadas a conversar, sobre o que fosse determinado, pelos deuses brincando com seus bonecos.Não acreditavam em tal coisa, deuses.Mas tirariam ali aquele atraso, sim.Gostou de ser engraçado pra ela, e de lhe contar suas maluquices.Ela gostou da maneira dele falar, ritmado, com várias pautas.Queria engolir todas aquelas besteiras importantes, de que um dia iria gostar de contar, e apenas tentar desvendar as intenções da garota.
Não queria bancar o bobo, ou maluco ( pior ainda).Estavam, por sorte, no lugar certo, na hora certa.Ele hesitava, pensando se ela merecia passar por mãos que não buscavam nada, se ela não seria legal o bastante para se poder apreciar ( como as obras de arte), se jogaria seu plano infalível de como nunca mais sofrer logo agora que o havia pensado.Não tinha como descobrir sem descobrir.E foi o que fez, descobriu.
A profundeza daqueles olhos o arrastou.Estava sem âncora.Era o tipo preferido, do garoto que não possuia tipos, preferencialmente.Cabelo meio curto e um ar meio maluco, de quem adora apostar com a vida pra ver quem se diverte mais.Uma doçura incomensurável, que vinha na medida certa e nas horas precisas.Deixava-o assim, num estado de dúvida cruel e graciosa.Seria o seu pé no chão, às vezes; sua ilusão, nas outras vezes, divididas pela metade.Tinha seu apoio e sua rigorosidade, com jeito de gente forte, que sabe o que quer.Via por todo seu corpo a grandeza da vida, uma complexidade que fascina e te faz querer mais.E quis.Dava e não dava medo.Medo de usar palavras muito fortes para coisas que tinham força.Trazia-lhe uma paz, um bem-estar que não tinha nome.Não queriam nome.Só sabiam do carinho e daquele bem-querer.E não precisavam de mais nada.O resto o tempo ia dizer e fazer.
Quando algo bom passa na vida, a gente só diz "Oi!" e aproveita.

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